Querem saber qual foi a minha primeira trilha? Olha… na verdade, ela não tinha nem mesmo um nome! Vou contar tudo pra vocês!
Existem várias coisas em comum entre os trilheiros espalhados pelo mundo, mas a principal delas é que TODOS nós tivemos uma primeira trilha que despertou essa vontade de querer ir cada vez mais longe e desafiar os próprios limites! Não importa a idade ou quando aconteceu, nos lembraremos por muitos e muitos anos a sensação gostosa que é estar no meio da natureza e contar com suas pernas e acreditar no seu corpo para te levar cada vez mais longe!
A minha primeira trilha da vida não foi verdadeiramente uma dessas comuns que estamos acostumados. Ela nem tinha um nome e era literalmente o caminho da roça. Quando eu tinha mais ou menos uns oito anos, minha família sempre viajava pra cidade dos meus avós que fica a poucos quilômetros de Ouro Preto – MG. Essa região é ainda bastante rural, isso significa muita estrada de terra, paisagens verdes, pássaros e paisagens lindas! Por ser Minas, o mar de morros é garantido!
Quando chegamos na casa dos meus avós, temos sempre a opção de ficar na casa da cidade ou ir pro sítio. Se você perguntar pra uma criança de 8 anos se ela prefere brincar na terra e subir em árvores ou ficar dentro de casa, a resposta é quase óbvia! Ou seja, sempre passávamos algumas tardes no sítio. Naquela época, a condição das estradas rurais não era das melhores e me lembro que quando chovia, carros comuns geralmente ficavam atolados na estrada, isso significa que o jeito de chegar até o sítio, era caminhando, fazendo uma trilha bem gostosa no meio da Zona da Mata mineira.
Quando percebíamos que ia armar chuva, simplesmente íamos a pé! O caminho é de mais ou menos uns 8 km, 4 pra ir e 4 pra voltar e naquela época, isso parecia MUITA COISA pra mim! Como eu era criança, e bem competitiva diga-se de passagem, eu adorava compartilhar com os meus amigos que tinha andado 08km no final de semana e de alguma forma, isso me fazia curtir mais ainda a trilha… Crianças competitivas, não é mesmo?
Essa é minha avó abrindo a porteira do sítio que passei várias férias da minha infância! Boas memórias!
Nesta foto acima, da esquerda para a direita, a terceira pessoa sou eu já beeem crescidinha em 2019 quando fui ao sítio novamente (dessa vez de carro 4×4 para não atolar no barro). Essa é minha família e meu pai estava com o meu avô tirando a foto!
E assim comecei a trilhar sem nem mesmo entender que aquilo viria a ser um esporte de prática regular na minha vida. Colocava uma mochilinha nas costas, uma botina por conta do barro e lá íamos nós, a família toda pra roça do vô trilhando no meio da natureza em dias que a chuva armava. Boas lembranças de uma infância muito feliz!
Quando eu já era adolescente, começaram a surgir trilhas nas viagens que fazia viajando para outros lugares, também com minha família. Minha mãe sempre gostou muito de praia e a gente caminhava muito todas as vezes que descíamos pro litoral. Isso foi me acostumando a caminhar longas distâncias sem que eu nem percebesse, de forma que minha resistência física foi aumentando gradualmente!
Quando completei meus 17 anos, passei no vestibular e fui estudar no interior de São Paulo, mais precisamente na região do Vale do Paraíba. E adivinhem quem eu conheci nessa época? A doida da Mayumi! A Mayu sempre foi mais aventureira e muito conectada com a natureza, a montanha, bem mais do que eu. Ela falava demais sobre a Trilha da Pedra da Macela, era uma das favoritas dela, até que um dia me convenceu a ir e… Eu fui. O visual é estonteante, o lugar é sem igual e a mistura de serra com mar me deixou encantada! O que já era bom, se tornou ainda melhor, pois trilhar se tornou um hobby, um esporte!
Como consequência, depois vieram as trilhas mais longas do Complexo do Baú, Parque Nacional de Itatiaia, os Picos da Mantiqueira, mas queria lembrar a todo que tudo começou com uma trilhazinha super simples indo pro sítio dos meus avós há mais de 15 anos atrás e a PRIMEIRA trilha, a gente nunca esquece!
Vejo vocês em breve,
Ceci
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